Modernidade, infância e linguagem em Walter Benjamin // Modernity, childhood and language in Walter Benjamin
Resumo
Este estudo retoma os limiares de Walter Benjamin, nos escritos e espaços de errâncias que condensam o pensamento do filósofo em torno do processo de modernidade em um conjunto de transformações no tempo e no espaço da grande cidade. Interessam-nos, sobretudo, os estudos de cidade de Benjamin articulados à sua crítica do conhecimento. No rastro do pensamento benjaminiano, a cidade é pensada enquanto corpus de reflexão que envolve outras categorias para além do racionalismo que torna as imagens urbanas uma série de traçados objetivos. Como terreno da fantasia, das lembranças, a cidade situa-se além do dado empírico. Nessa perspectiva, discutimos a história como memória e o olhar alegorista da criança diante do labirinto urbano. Ao tentar recuperar os tempos e espaços da infância, não a partir de um período demarcado cronologicamente, mas como uma experiência de linguagem, o filósofo alemão pôs em xeque uma concepção linear de conhecimento baseada no continun da própria história, desenvolvendo assim a crítica de um determinado modelo de razão e de racionalidade. Destacamos nos escritos de Benjamin, especialmente nos fragmentos de Infância em Berlim, aspectos centrais da sua crítica ao sistema de pensamento lógico-dedutivo que tanto influenciou a sociedade moderna. Nesta crítica a infância é pátria transcendental da história; a ciência e a filosofia são pensadas como arte. A partir do pensamento benjaminiano, apresenta-se uma visão ampliada da educação, para além das fronteiras e temporalidades disciplinares e dos âmbitos das instituições educativas. Outros autores acompanham-nos no diálogo com o filósofo: Agamben; Gagnebin, Matos, Bolle e outros – pesquisadores, estudiosos e comentadores do pensamento de Benjamin, e de diferentes campos do conhecimento que nos ajudaram a tecer os fios articuladores deste trabalho.
Palavras-chave: Walter Benjamin; infância; modernidade; linguagem; espaço urbano.
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