O DIÁLOGO QUE APROXIMA E A COMPLEXIDADE QUE ABRAÇA: PAULO FREIRE E EDGAR MORIN NA EDUCAÇÃO
Palavras-chave:
Diálogo. Complexidade. Interações.Resumo
Este artigo tem por objetivo analisar os pressupostos Freireanos e Morinianos, identificando interfaces, aproximações, diferenças e complementaridades, com olhar especial para a Teoria Dialógica e para a Teoria da Complexidade, a fim de compreender as principais contribuições dos autores, não só para a educação, mas para a organização e constituição da vida. A metodologia norteadora do trabalho é de abordagem qualitativa, embasada em uma pesquisa de caráter bibliográfico. A fundamentação teórica está alicerçada principalmente nas literaturas dos autores referidos (Paulo Freire e Edgar Morin). Assim, o movimento de análise em relação à hipótese que construímos indica que as ideias em estudo apresentam conexões e similaridades, alargando as instâncias do saber para aqueles que se empenham na busca por possibilidades tangíveis diante dos percalços sociais e consequentemente educacionais. Concluímos que em Freire é possível pensar o mundo e o humano através de ação dialógica imbricada em dois elementos determinantes: a reflexão e a ação que resultarão em práxis transformadora. Ele sugere a superação da educação bancária e propõe uma educação problematizadora. A proposta de Morin sugere “tecer junto”, um com o outro, ponto a ponto, sejam eles antagônicos, concorrentes, ou complementares, a trama não pode ser simplificada, defende o pensamento integral, capaz de interligar as multidimensionalidades do saber. Um propõe a luta, outro, se preocupa em ensinar a viver nesta luta. Pensam a pluralidade, as ideias interdisciplinares, pensam a educação, o mundo e assim, transcendem as paredes da escola com propostas pedagógicas humanizadoras, que garantem não só saberes epistemológicos, mas também, a dignidade da vida humana. Transitam pelos campos da esperança, passeiam entre o diálogo que aproxima para transformar e a complexidade que abraça para ensinar.Referências
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