A QUESTÃO POLÍTICA DA EDUCAÇÃO POPULAR: O QUE PODE UM LIVRO 40 ANOS DEPOIS?
Palavras-chave:
Educação Popular, Direito à memória, Questão Política, Pandemia da Covid-19, Lutas e resistênciasResumo
Nos percurso dos 40 anos da Educação Popular no Brasil, aprendemos que o que fundamenta e dá sentido à universalidade da vida social é o sentimento de pertencimento e o direito à memória. Todos e todas devem ter o direito à memória. E esse é o singelo objetivo do presente artigo, tecido e urdido na dor do luto de pessoas próximas e dos inumeráveis que, no Brasil, já contabilizam mais de 667.000 óbitos, enlutando famílias do Oiapoque ao Chuí. O direito à memória é pensado aqui como um direito que se constitui na contramão de uma sociedade que se nutre de apagamento e silenciamentos cotidianos, nos quais a memória dos vencidos não serve de dispositivos de contramemória, e lembranças das lutas travadas em torno da democracia, da liberdade, dos enfrentamentos das desigualdades sociais e das lutas por justiça no campo e na cidade. E para reconstruir essa relação com a vida, em especial nesse contexto pandêmico, de tantas perdas e lutos, trago à memória um livro seminal, um livro clássico, que há mais de 40 anos vem atravessando, com sua potência epistêmica e política, o campo da Educação Popular brasileira e latino-americana. Trata-se da obra A questão Política da Educação Popular (BRANDÃO, 1980), cujo impacto e reverberação ainda merecem ser discutidos e ampliados entre nós, principalmente por conta dos desafios que se (re)atualizam no campo da educação popular brasileira.
Referências
BENJAMIN, W. O Anjo da História. Belo Horizonte: Autêntica, 2013.
BLOCH, E. O Principio Esperança. Rio de Janeiro: EdUERJ/Contraponto, 2005.
BOURDIEU, P. A Miséria do Mundo. Petrópolis: Vozes, 1997.
BRANDÃO, C. R. A questão Política da Educação Popular. São Paulo: Brasiliense, 1980.
CALVINO, I. Por que ler os Clássicos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.
FREIRE, P. Política e educação. São Paulo: Cortez, 1997.
LOWY, Michel. O que é cristianismo da Libertação: religião e política na América Latina. São Paulo: Fundação Perseu Abramo/Expressão Popular, 2016.
MBEMBE, A. Necropolítica. São Paulo: N-1 Edições, 2018.
SANTOS, M. Técnica espaço tempo: Globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo: Hucitec, 1994.
SEGALLA, L. A construção desigual do conhecimento. Rio de Janeiro: PUC, 1992. (mimeo).
TAVARES, M.T.G. Pensando a formação de professores das infâncias a contrapelo: Desafios contemporâneos da formação de docentes em periferias urbanas. In: MARTINS, D.A.A.; CARRIJO, M.C.B.; ROLIM, C.L.A. (orgs.). Singularidades e Resistências na Formação de Professores: novos e velhos enfrentamentos. Jundiaí: Paco Editorial, 2019.
SODRÉ, M. A Verdade Seduzida: Por um conceito de Cultura no Brasil. Petrópolis: DP&A Editora, 2005.
VALLA, V. Apoio social e saúde: buscando compreender a fala das classes populares. In: COSTA, M. V. A educação popular hoje. São Paulo: Loyola, 1998.
WANDERLEY, L.E.W. Educar para transformar: Educação Popular, Igreja Católica e Política no Movimento de Educação de Base. Petrópolis: Vozes, 1984.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
1. A publicação dos originais implicará a cessão dos direitos autorais à revista Conjectura.
2. Os textos não poderão ser reproduzidos sem autorização da revista depois de aceitos.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.