Estratégia diferenciada para o ensino de evolução: Relato de uma oficina do MUCS
Abstract
Nada em biologia faz sentido exceto à luz da evolução, assim sintetizou Dobzhansky em seu artigo de 1964, ao tratar a importância da teoria evolutiva para o entendimento das ciências naturais. Mas a realidade observada no ensino de ciências no país não poderia ser mais incongruente, visto que há dificuldades e contradições devido a diversos fatores, que vão desde a formação de docentes à estruturação dos conteúdos curriculares. O tema evolução é tratado geralmente como um dos tópicos finais em biologia no ensino médio, sendo reservadas apenas algumas aulas. A partir desta problemática no ensino da teoria evolutiva, este artigo discute a importância de aliar os espaços, materiais didáticos e humanos existentes em um Museu de Ciências Naturais para o ensino de evolução em diferentes níveis da educação formal. Este trabalho visa apresentar o relato da oficina “Sobrevivendo em Novas Terras”, atividade que integra o projeto Museu de Ciências Naturais vai à Escola da Universidade de Caxias do Sul, e aborda a teoria evolutiva e conceitos da seleção natural para estudantes do Ensino Fundamental. Reflete-se, aqui, sobre a importância e o potencial de se aplicar metodologias lúdicas de aprendizagem e o auxílio de coleções biológicas para o entendimento de conceitos evolutivos, desde o Ensino Fundamental. O roteiro desta oficina se dividiu em parte teórica, com a exposição e manuseio dos exemplares da Coleção Didática de Zoologia, e em parte prática, com o uso de brincadeiras e provas para simular alguns conceitos que levam ao fenômeno de especiação. Através de jogos lúdicos, os estudantes puderam perceber o funcionamento de alguns conceitos abordados na explicação teórica, como a variabilidade de caracteres dentro de populações que são selecionadas pelo meio, o processo de especiação e também a correção de equívocos que muitos estudantes têm acerca da teoria evolutiva.
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