Notas Etnográficas sobre Alteridade e Turismo em Israel / Ethnographic Notes about Alterity and Tourism in Israel
Keywords:
Turismo Religioso. Religious Tourism. Experiência Etnográfica. Ethnographic Experience. Turistas Brasileiros. Brazilian Tourists. Israel.Abstract
RESUMO
O artigo apresenta uma reflexão sobre turismo e cultura, a partir da problematização central de existência de uma dissensão não evidente, de matriz cultural-religiosa, no contato entre os turistas brasileiros católicos observados, com prestadores de serviços turísticos israelenses na visitação a locais de interesse religioso e no uso da infraestrutura turística em Israel. É desenvolvido utilizando a observação-participante, privilegiando uma abordagem qualitativa e tendo por referencial teórico a antropologia nas sociedades complexas, de Eduardo Viveiros de Castro e Gilberto Velho (1978), bem como a etnografia em contextos urbanos, de José Guilherme Cantor Magnani (1996, 2002, 2003, 2009). Tem como lócus de análise itinerários operados na marca Holy Land, com base empírica determinada pela práxis da autora no acompanhamento de grupos de turistas ao destino entre os anos de 2008 e 2010. O estudo mostra que o exotismo, enquanto elemento de atratividade turística, opera de forma ambígua: é fator de atratividade e, ao mesmo tempo, de dissidência no universo observado.
PALAVRAS-CHAVE
Turismo Religioso. Experiência Etnográfica. Turistas Brasileiros. Israel.
ABSTRACTThis paper presents a reflection about tourism and culture from the central problematization of the existence of a non-evident cultural-religious dissent in the contact between the Brazilian Catholic tourists observed with Israeli tourist service providers when visiting places of religious interest and in the use of tourist infrastructure in Israel. It is developed using participant observation, privileging a qualitative approach and having as a theoretical basis the anthropology in the complex societies by Eduardo Viveiros de Castro and Gilberto Velho (1978) and the ethnography in urban contexts by José Guilherme Cantor Magnani (1996, 2002, 2003, 2009). It has as locus of analysis the itineraries operated in the Holy Land brand, with an empirical basis determined by the author's praxis in accompanying groups of tourists to the destination between the years 2008 and 2010. The study shows that exoticism, as an element of tourist attractiveness, operates ambiguously: it is a factor of attractiveness and dissidence in the observed universe.
KEYWORDSReligious Tourism. Ethnographic Experience. Brazilian Tourists. Israel.
AUTORIA
Thais Gaia Schüler - Mestra. Bolsista CAPES/PROSUC no Programa de Pós-Graduação em Processos e Manifestações Culturais – Doutorado, Universidade Feevale, Novo Hamburgo, RS, Brasil. Currículo: http://lattes.cnpq.br/7666314271487163 Email: thaisschuler@yahoo.com.br
REFERÊNCIAS
Baeza, L. (2018). Israel se define como ‘Estado-nação judeu’ e minoria árabe protesta contra ‘apartheid’. Jornal El País (ARG). 19 de julho de 2018. Link
Beni, M.C. (2003). Globalização do Turismo: megatendências do setor e a realidade brasileira. São Paulo: Aleph.
Brandão, C.R. (1986). Identidade e etnia. São Paulo: Brasiliense.
Collins-Kreiner, N. (2010). The geography of pilgrimage and tourism: transformations and implications for applied geography. Applied Geography Journal, 30(1), 153-164. Link
Demant, P. (2002). Identidades israelenses e palestinas: questões ideológicas. In Israel-Palestina: a construção da paz vista de uma perspectiva global. pp. 201-262. São Paulo: Unesp.
Dupas, G. (2002). Introdução. In Israel-Palestina: a construção da paz vista de uma perspectiva global. pp. 7-18. São Paulo: Unesp
Frossard, M. S. (2013). Caminhando por Terras Bíblicas: religião, turismo e consumo nas caravanas evangélicas brasileiras para a Terra Santa. Tese. Doutorado em Ciência da Religião, Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, MG, Brasil. Link
Geertz, C. (1989). A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: LTC.
Giddens, A. (1991). As consequências da modernidade. São Paulo: Unesp.
Grünewald, R. A. (2003). Turismo e etnicidade. Horizontes Antropológicos, 9(20), 141-159. Link
Halbwachs, M. (2006). A memória coletiva. São Paulo: Centauro.
Israel, Ministry of Tourism. (2018). Inbound Tourism Survey Annual Report 2017. Link
Mabília, A. (2013). Viagem à Palestina: Prisão a céu aberto. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Magnani, J.G.C. (2003). A antropologia urbana e os desafios da metrópole. Tempo Social, 15(1), 81-95. Link
Magnani, J.G.C. (2002). De perto e de dentro: notas para uma etnografia urbana. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 17(49), 11-29. Link
Magnani, J.G.C. (2009). Etnografia como prática e experiência. Horizontes Antropológicos, 15(32), 129-156. Link
Magnani, J.G.C. (1996). Quando o campo é a cidade: fazendo antropologia na metrópole. J.G.C. Magnani & L.L. Torres (Orgs.). Na metrópole: textos de antropologia urbana. São Paulo: Edusp.
Nunes, M.F. (2009). O negro no mundo alemão: cidade, memória e ações afirmativas no tempo da globalização. Tese. Doutorado em Antropologia Social, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil. Link
Peirano, M.G.S. (1999). A alteridade em contexto: a Antropologia como ciência social no Brasil. Link
Sanz, J.C.(2018). Parlamento israelense debate a criação de cidades segregadas só para judeus. Jornal El País (ARG). LinkSilva, L.L.S. (2011). A cooperação jordaniana-israelense referente aos recursos hídricos da bacia do Rio Jordão a partir da perspectiva dos jogos em múltiplas arenas. Dissertação. Mestrado em Relações Internacionais, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, Brasil. Link
Souza, M.P. (2018). A história recente do turismo religioso brasileiro e seu papel no conflito Israel-Palestina. Tese. Doutorado em História Social, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil. Link
Velho, G. & Viveiros de Castro, E. (1978) O conceito de cultura e o estudo das sociedades complexas: uma perspectiva antropológica. Artefato: Jornal de Cultura, 1(1). Link
Your Holy Land Tours (s.d). Map of Tour Travels. Link
PROCESSO EDITORIAL
Recebido: 11 JUL 19. Aceito: 5 MAR 2020.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Os Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License que permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).