Ferro Carajás s11 d: participação social e processo dialético no licenciamento ambiental de mineração em Unidade de Conservação

Authors

DOI:

https://doi.org/10.18226/22370021.v11.n3.13 

Keywords:

Mineração, unidade de conservação, participação social, dialética.

Abstract

This research seeks to identify what are the demands presented at the public hearing phase of the environmental licensing process of a business located within a pro-tected area, in order to discuss the achievement of sustainable development. This study analyzed, quantitatively and qualitatively, the social participation in the public hearing of the environmental licensing process nº 02001.000711 / 2009-46 of the Brazilian In-stitute of Environment and Renewable Natural Resources – Ibama. In this process, prior license nº 436/2012 was granted, recognizing the environmental feasibility of the Projeto Carajás S11D project, requested by Companhia Vale do Rio Doce, within the Carajás Na-tional Forest conservation unit. This case is paradigmatic because it was the first time in Brazil that mining activity was authorized in a federal protected area. The questions that challenged this article were: In the social participation of the Carajás S11D Iron Project environmental licensing public hearing, is there a balance between the social, institution-al, economic and environmental facets of sustainable development? Have any of them prevailed? Has social participation changed the conditions of environmental licensing and generated any gain for the protected área and for population? Through a bibliographic re-view, combined with a case study, 136 questions were analyzed and it was concluded that the demands presented at the public hearing prevailed the economic aspect. It was found that 34% of the questions raised by the population in the public hearing were based on job creation and wealth increase in the region. The suggestions of the population did not seem to impact the conditions of environmental licensing. It was identified, however, that there were environmental gains resulting from a dialectical process developed in the course of licensing conducted by Ibama technicians, who often formulated requests for supplemental information and reformulations in the entrepreneur’s proposals. With the conclusions of this research, it is intended to instigate a reflection on ways to make social participation in environmental licensing more effective. Therefore, a dialectical proposal of public hearing is suggested, which will bring gains to the welfare of the population and protected areas.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Mariana Barbosa Cirne, undefined

Doutora e Mestre em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília (UnB). Graduada em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), especialista em Direito Constitucional pela Universidade Potiguar (UNP), e em Direito Processual Civil pelo Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP). Procuradora federal (AGU) e professora de Direito Constitucional, Ambiental e de Direitos Difusos e Coletivos do Centro Universitário de Brasília (UNICEUB)

Diego Busnello Giacomazzi, undefined

Graduado em Geologia pela Universidade de Brasília (2007). Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Geologia e prospecção mineral.

References

ABERS, Rebecca Neaera. Conflitos, Mobilizações e Participação Institucionalizada: a relação entre a sociedade civil e a construção de grandes obras de infraestrutura. Texto para discussão/Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Brasília; Rio de Janeiro: Ipea, 2016.

ARAÚJO, Suely Mara Vaz Guimarães de. Licenciamento Ambiental e Legislação. Brasília: Biblio-teca Digital da Câmara dos Deputados, 2002. Disponível em: http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/1029 ́. Acesso em: 04 out. 2019.

ARAÚJO, Suely M. V. G.; GUIMARAES, P. C. V.; FAZZOLARI-CORREA, S. Licenciamento am-biental: bases normativas e perspectivas. In: Diana Meirelles da Motta; Bolívar Pêgo (org.). Licen-ciamento Ambiental para o desenvolvimento Urbano: avaliação de instrumentos e procedimentos. Rio de Janeiro: Ipea, 2013, p. 59-85.

BENJAMIN, Antônio Herman. Direito Constitucional Ambiental Brasileiro. In: LEITE, José Ru-bens Morato; CANOTILHO, José Joaquim Gomes (org.). direito Constitucional Ambiental Brasi-leiro. 3º ed. São Paulo: Saraiva, 2010.

BRASIL. Constituição Federal, de 5 de outubro de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 04 out. 2019.

BRASIL. Decreto nº 74.509, de 5 de setembro de 1974. Concede à Amazônia Mineração S.A. o direito de lavrar minério de ferro, no Distrito e Município de Marabá Estado do Pará. Disponível em: http://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1970-1979/decreto-74509-5-setembro-1974-422975-publica-caooriginal-1-pe.html. Acesso em: 04 out. 2019.

BRASIL. Decreto nº 99.274 de 6 de junho de 1990. Regulamenta a Lei nº 6.902, de 27 de abril de 1981, e a Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõem, respectivamente sobre a criação de Estações Ecológicas e Áreas de Proteção Ambiental e sobre a Política Nacional do Meio Ambien-te, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/antigos/d99274.htm. Acesso em: 04 out. 2019.

BRASIL. Decreto nº 1.298, de 27 de outubro de 1994. Aprova o Regulamento das Florestas Na-cionais, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decre-to/1990-1994/D1298.htm. Acesso em: 14 out. 2019.BRASIL. Decreto nº 2.486, de 2 de fevereiro de 1998. Cria a Floresta Nacional de Carajás, no Esta-do do Pará, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D2486.htm. Acesso em: 14 out. 2019.

BRASIL. IBAMA. Diretoria de Licenciamento Ambiental. Processo Administrativo nº 02001.000711/2009-46. Brasília: Ibama, 13 set. 2009. Acesso em: 14 out. 2019.BRASIL. Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Am-biente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6938.htm. Acesso em: 22 ago. 2019.

BRASIL. Lei nº 9.985, de 18 de junho de 2000. Regulamenta o art. 225, § 1o, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal, institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9985.htm. Acesso em: 2 ago. 2019.

BRASIL. Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011. Fixa normas, nos termos dos incisos III, VI e VII do caput e do parágrafo único do art. 23 da Constituição Federal, para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios nas ações administrativas decorrentes do exercício da competência comum relativas à proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora; e altera a Lei no 6.938, de 31 de agosto de 1981. Brasília, 2011. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/LCP/Lcp140.htm>. Acesso em: 23 ago. 2019.

BRASIL. Resolução Conama nº 001, de 23 de janeiro de 1986. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res86/res0186.html. Acesso em: 2 ago. 2019.BRASIL. Resolução Conama nº 006, de 16 de setembro de 1987. Dispõe sobre o licenciamento ambiental de obras do setor de geração de energia elétrica. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=57. Acesso em: 12 ago. 2019.

BRASIL. Resolução Conama nº 009, de 3 de dezembro de 1987. Dispõe sobre a realização de Au-diências Públicas no processo de licenciamento ambiental. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?codlegi=60. Acesso em: 22 set. 2019.BRASIL. Resolução Conama nº 237, de 19 de dezembro de 1997. Dispõe sobre licenciamento ambiental; competência da União, Estados e Municípios; listagem de atividades sujeitas ao licen-ciamento; Estudos Ambientais, Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental. Disponível em: http://www2.mma.gov.br/port/conama/res/res97/res23797.html. Acesso em: 22 ago. 2019.

BRASIL. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Recurso Extraordinário nº 396541 AgR, Relator(a): Min. CARLOS VELLOSO, Segunda Turma, julgado em 14/06/2005, DJ 05-08-2005 PP-00104 EMENT VOL-02199-07 PP-01447 RTJ VOL-00194-03 PP-01065 RMP n. 27, 2008, p. 379-381.

BRETON, Philippe; GAUTHIER, Gilles. História das Teorias da Argumentação. Trad.:Maria de Carvalho. Lisboa: Editora Bizâncio, 2001.

BURGEL, Caroline Ferri; DANIELI, Gabriel da Silva; SOUZA, Leonardo da Rocha de. Discricio-nariedade Administrativa e Licença Ambiental. Revista direito Ambiental e sociedade, Caxias do Sul, v. 7, n. 2, 2017, p. 265-304. Disponível em: http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/direitoam-biental/article/view/5441/3099. Acesso em: 10 out. 2019.

CIRNE, Mariana Barbosa. O que é o direito constitucional ao meio ambiente ecologicamente equi-librado? São Paulo, Revista de direito Ambiental, v. 23, 2018, p. 223-244.CORDANI, U.G. Recursos minerais da Amazônia e sua problemática In: PAVAN, C. (Coord.) Uma estratégia latino-americana para a Amazônia. Brasília: Ministério do Meio Ambiente e dos Recur-sos Hídricos da Amazônia Legal. São Paulo: Memorial, 1996 p.169-174.

CUREAU, Sandra. Licenciamento Ambiental. In: GAIO, Alexandre; ABI-EÇAB, Pedro (orgs.). Lei da Política Nacional do Meio Ambiente. Campo Grande: Contemplar, 2012.DUARTE, Carla Grigoletto; FERREIRA, Victoria Helena; SANCHEZ, Luis Enrique. Analisando audiências públicas no licenciamento ambiental: quem são e o que dizem os participantes sobre pro-jetos de usinas de cana-de-açúcar. Saúde soc. [online]. 2016, v. 25, n. 4, p. 1075-1094. ISSN 0104-1290. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/s0104-12902016151668. Acesso em: 15 out. 2019.

ENRÍQUEZ, Maria Amélia. Mineração na Amazônia In: Parc. Estrat. Brasília/DF, v. 19, n. 38, 2014, p. 155-198.

FARIAS, Talden. Licenciamento Ambiental: aspectos teóricos e práticos. 4a ed. Belo Horizonte: Fórum, 2013.FREITAS, Carlos Machado de et al. Da Samarco em Mariana à Vale em Brumadinho: desastres em barragens de mineração e Saúde Coletiva. Cadernos de Saúde Pública [online], São Paulo, v. 35, n. 5, maio 2019. DOI: https://doi.org/10.1590/0102-311X00052519. Disponível em: https://www.scielosp.org/article/csp/2019.v35n5/e00052519/#. Acesso em: 15 out. 2019.

GUEDES, Rogério Pereira. A autorização administrativa ambiental de atividade mineradora em unidade de conservação: uma análise no Brasil e em Portugal. 2016. f. Dissertação (Mestrado em ciências Jurídicas Ambientais) – Faculdade de Direito, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2016.

GUSMÃO, Leonardo Cordeiro de; REIS, Émilien Vilas Boas. Definição de área impactada e par-ticipação popular na retomada da atividade minerária após desastre ambiental. Revista de direito e Sustentabilidade. Maranhão, v. 3, n. 2, p. 52-70, jul/dez. 2017.

HOFMANN, Rose Mirian. Gargalos do licenciamento ambiental federal no Brasil. 2015. Disponí-vel em: <http://bd.camara.gov.br/bd/handle/bdcamara/24039> Acesso em: 27 ago. 2019.IBGE. Indicadores de desenvolvimento sustentável. Coordenação de Recursos Naturais e Estudos Ambientais e Coordenação de Geografia. Rio de Janeiro: IBGE, 2015.

ICMBIO. Plano de Manejo da Floresta Nacional de Carajás. Volume I. 2016a. Disponível em: http://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/biodiversidade/UC-RPPN/DCOM_ICMBio_plano_de_manejo_Flona_Carajas_volume_I.pdf Acesso em: 4 out. 2019.

KUHN, Caiubi Emanuel Souza; PEREIRA, Gustavo Gomes; MOREIRA, Rafael Marques. Educa-ção em Geociências, Desenvolvimento Sustentável e Mineração. Corixo: Revista de Extensão Uni-versitária, Mato Grosso, n. 5, p. 44-57, dez. 2016. Disponível em: http://www.periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/corixo/article/view/6468. Acesso em: 15 out. 2019.

KRULL, André. Proporcionalidade e condicionantes na licença ambiental. Jus Navegandi, Teresina, ano 17, n. 3310, 24 jul. 2012. Disponível em: <http://jus.com.br/ artigos/22262>. Acesso em: 26 jul. 2019.

LEÃO, André Ricardo Rosa. A mineração nas unidades de conservação federais a partir da lei nº 9.985/2000. 2016. 421 f. Dissertação (Mestrado em Direito) – Instituto CEUB de Pesquisa e Desen-volvimento, Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2016.

LEUZINGER, Márcia Dieguez. Natureza e Cultura: Direito ao meio ambiente equilibrado e direitos culturais diante da criação de unidades de conservação de proteção integral e domínio público habi-tadas por populações tradicionais. 2007, 358 p. Tese (Doutorado em Ciências Sociais) – Centro de Desenvolvimento Sustentável, Universidade de Brasília, Brasília, 2007.

LIMA, André. SiNUCa de bico: mineração em unidades de conservação. In: RICARDO, Fany; ROLLA, Alícia (orgs.). Mineração em Unidades de Conservação na Amazônia brasileira. São Paulo: Instituto Socioambiental, 2006. Disponível em: http://www.ibram.org.br/sites/1300/1382/00000776.pdf. Acesso em: 22 out. 2098.

MARTINS, Frederico Drumond et al. Fauna da Floresta Nacional de Carajás: Estudos sobre ver-tebrados terrestres. São Paulo. Nitro Editorial, 2012.

MILANEZ, B. et al. Antes fosse mais leve a carga: avaliação dos aspectos econômicos, políticos e sociais do desastre da Samarco/Vale/BHP em Mariana (MG). A questão mineral no Brasil – Vol. 2. Editorial iGuana, 2016.

PORCHAT, Oswaldo Pereira. Ciência e dialética em Aristóteles. São Paulo: Editora Unesp, 2000.

SALINAS, Natasha Schmitt Caccia. Legislação e Políticas Públicas: a lei enquanto instrumento de ação governamental. 2012, 234 f. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Direito, Facul-dade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo.

SILVA, Manoela F. F. da; SECCO, Ricardo de S; LOBO, Maria da Graça A. Aspectos ecológicos da vegetação rupestre da Serra dos Carajás, estado do Pará, Brasil. Acta Amaz., Manaus, v. 26, n. 1-2, p. 17-44, jun. 1996. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1809-43921996261044. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0044-59671996000200017&lng=en&nrm=i-so>. Acesso em: 15 out. 2019.

SINGER, Donald A. World class base and precious metal deposits: A quantitative analysis. Eco-nomic Geology, California, n. 90, v. 1, p. 88-104, fev. 1995. DOI: https://doi.org/10.2113/gsec-ongeo.90.1.88. Disponível em: https://pubs.geoscienceworld.org/segweb/economicgeology/article-abstract/90/1/88/21485. Acesso em: 26 out. 2019.

ZUCCHETTI, Marcia. Rochas Máficas do Grupo Grão Pará e sua relação com a mineralização de ferro dos depósitos N4 e N5, Carajás, PA, 166 p. 2007. Tese (Doutorado em Geologia Econômica e Aplicada) – Instituto de Geociências, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2007.

Published

2022-02-17

How to Cite

Barbosa Cirne, M., & Giacomazzi, D. B. (2022). Ferro Carajás s11 d: participação social e processo dialético no licenciamento ambiental de mineração em Unidade de Conservação. Journal of Environmental Law and Society, 11(3). https://doi.org/10.18226/22370021.v11.n3.13 

Similar Articles

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 > >> 

You may also start an advanced similarity search for this article.