A violência contra a mulher à luz da fenomenologia uma revisão sistemática

Conteúdo do artigo principal

Igor Benatti
Andreza Marques de Castro Leão
Maria Alves de Toledo Bruns

Resumo

A violência contra a mulher é um fenômeno alicerçado na desigualdade de gênero que atravessa diferentes espaços e contextos, incluindo o universitário. Considerando isso, o objetivo deste estudo foi conhecer como este fenômeno é visto dentro do paradigma fenomenológico, em especial, no contexto universitário, e, conhecer quais os fenomenólogos utilizados nesta temática. Para tanto, empregou-se o método de revisão sistemática, optando-se pelas bases de dados Google Acadêmico, Scielo e PePsic, priorizando os últimos cinco anos (2017 a 2022), o idioma da língua portuguesa e artigos nacionais. Os achados sinalizam a escassez de estudos que abarcam este tema na literatura científica nacional e Martin Heidegger foi o fenomenólogo mais utilizado. À vista da análise empreendida, foi possível notar a ausência de estudos que buscam apontar a incidência da violência contra a mulher à luz da fenomenologia, em especial, no âmbito universitário. A relevância disso decorre da necessidade de conhecer a apresentação desse fenômeno à consciência por meio da descrição acerca da experiência e do sentido atribuído pela pessoa, promovendo assim maior compreensão e identificação dos aspectos que incidem na violência contra a mulher, de modo a se articular as formas de enfrentamento.

Detalhes do artigo

Como Citar
Benatti, I., Leão, A. M. de C. ., & Bruns, M. A. de T. . (2025). A violência contra a mulher à luz da fenomenologia: uma revisão sistemática. CONJECTURA: Filosofia E educação, 29, e024005. Recuperado de https://sou.ucs.br/revistas/index.php/conjectura/article/view/542
Seção
Artigos
Biografia do Autor

Igor Benatti, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita - UNESP/Mestrando

Mestrando no programa de Pós-Graduação em Educação Escolar pela Faculdade de Ciências Humanas e Letras de Araraquara (FCLAr/UNESP)

Andreza Marques de Castro Leão, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita - UNESP/Docente

Livre Docente dos Programas de Pós-Gradução emEducação Escolar e em Educação Sexual pela Faculdade de Ciências Humanas e Letras de Araraquara (FCLAr/UNESP)

Maria Alves de Toledo Bruns, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita - UNESP/Docente

Docente covidada do Programa de P´ós-Graduação em Educação Sexual pela Faculdade de Ciências Humanas e Letras de Araraquara (FCLAr/UNESP) e pesquisadora líder do  Grupo de Pesquisa Sexualidadevida-USP/CNPq - site: www.sexualidavida.com.br.

Referências

AMATUZZI, M. M. Psicologia fenomenológica: uma aproximação teórica humanística. In: Estudo de Psicologia, Campinas, v. 26, n. 1, p. 93-100, mar., 2009.

AMATUZZI, M. M. Pesquisa Fenomenológica em Pesquisa. In: BRUNS, M. A. T.; HOLANDA, A. F. (Org.) Psicologia e Fenomenologia: reflexões e perspectivas. Campinas: Editora Alínea, 2011, p. 17-26.

ANACLETO, A. et al. Meninas e adolescentes e a autopercepção sobre a vulnerabilidade e riscos: uma revisão sistemática. In: Sociedade em debate, Pelotas, v. 35, n. 3, p. 182-196, set/dez., 2021.

ANDRADE, D. S. V. et al. Algumas reflexões sobre gênero e participação feminina no mundo do trabalho e na Psicologia. In: ANDRADE, D. S. V.; SANTOS, H. M. (Org.). Gênero na Psicologia: articulações e discussões. Salvador: Conselho Regional de Psicologia, 2013, p. 75-92.

ARANHA, M. L.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: introdução à Filosofia. São Paulo: Editora Moderna, 2009.

AUGUSTIN, L. W; BANDEIRA, C. C. A. A postura e intervenções do Gestalt-Terapeuta frente à violência psicológica contra a mulher por parceiro íntimo. In: Phenomenological Studies - Revista da Abordagem Gestáltica, Goiânia, v. 26, n.1, p. 449-459, abr., 2020.

BADALOTTI. T. S. e. al. O enfrentamento ao fenômeno discriminatório em uma população de adultos. In: Physis Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 29, n.4, p. 1-23, jun., 2019.

BRASIL. Conselho Federal de Psicologia. Resolução (nº 8/20). Brasília. Conselho Federal de Psicologia, 2020. Disponível em: https://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2020/07/Resolu%C3%A7%C3%A3o-CFP-n%C2%BA-082020.pdf.

Acesso em 20/09/2022.

BRASIL. Ministério da Justiça. Lei Maria da Penha (nº 11.340/06). Brasília: Ministério da Justiça, 2006. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10868630/inciso-ii-do-artigo-7-da-lei-n-11340-de-07-de-agosto-de-2006. Acesso em 09/01/2022.

BARBOSA, L. C. et al. Violência obstétrica: revisão integrativa de pesquisas qualitativas. In: Avances em Enfermeía. Bogotá, v. 35, n. 2, p. 109-207, mai/ago, 2017.

BRUNS, M. A. T. Psicologia e Fenomenologia: a redução fenomenológica em Husserl a possibilidade de superar impasses da dicotomia subjetividade-objetividade. In: BRUNS, M. A. T.; HOLANDA, A. F. (Org.) Psicologia e Fenomenologia: reflexões e perspectivas. Campinas: Editora Alínea, 2011, p. 65-76.

CALLOU, I. C. et al. Regras descritivas ocidentais e violência contra a mulher por parceiro íntimo. In: Acta Comportamentalia. Guadalajara, v. 24, n. 1 p. 79-94, jan., 2016.

CARDOSO, L. B. S. A.; BUCHER-MALUSCHKE, J. S. N. F. O casal face as finanças: revisão da literatura. In: Nufen: Phenomenology and interdisciplinarity, Belém, v. 3, n. 9, p. 177-187, set/dez., 2017.

CASELLATO, T. F. L. A participação de mulheres na produção do conhecimento em ciências: revisão de literatura. In: Revista Faculdade do Saber, São Paulo, v. 13, n. 6, p. 972-978, mar., 2021.

COSTA, A. B.; ZOLTOWSKI, A. P. C. Manual de produção científica: como escrever um artigo de revisão sistemática. São Paulo: Penso Editora, 2014.

CUNHA, G. G.; DUTRA, E. M. S. Um olhar fenomenológico para mães de crianças vítimas de abuso sexual: uma revisão da literatura. In: Revista da Abordagem Gestáltica, Goiânia, v. 25, n. 1, p. 103-110, jan/abr., 2019.

DAVI, E. H. E; BRUNS, M. A. T. Mundo-Vida Travesti: Abordagem Fenomenológica

das Travestilidades. In: Temas em Psicologia, Ribeirão Preto, v. 23, n 3, p. 521-533, abr., 2015.

DAVI, E. H. E; BRUNS, M. A. T. Compreensão Fenomenológico-Existencial da Vivência Travesti In: Nufen: Phenomenology and interdisciplinarity, Belém, v. 9, n. 3, p. 57-77, set/dez., 2017.

ERTHAL, T. C. S. Psicoterapia Vivencial: uma abordagem existencial em Psicoterapia. São Paulo: Editora Livro Pleno, 2004.

HAGOPIAN, E. et al. Assédio moral no trabalho em enfermagem. In: Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v. 31, n. 1, p. 1-8, mar., 2017.

INCERPE, P. R. B; CURY, V. E. Atendimento a mulheres em situação de violência: a experiência de profissionais de um CREAS. In: Estudos Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 20, n. 3, p. 919-939, set/dez., 2020.

LEÃO, A. M. C. As vozes pela inclusão na defesa dos direitos humanos. In: SILVA, R. D. et al. (Org.). Educação, sexualidade e diversidades: políticas públicas educacionais: avanços ou retrocesso? Londrina: Syntagma, 2017, p. 18-22.

MAITO, D. C. et al. Construção de diretrizes para orientar ações institucionais em casos de violência de gênero na universidade. In: Interface Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v., 23, n. 1, p. 1-15, abr., 2019.

MARTINS, M. A. G; MOREIRA, L. A postura do Gestalt-Terapeuta. In: Revista IGT na Rede, Rio de Janeiro, v. 10, n 19, p. 321 – 327, jul/dez., 2013.

MICHETTI, M.; METTENHEIM, S. L. V. Gênero e Violência Simbólica em Eventos Esportivos Universitários Paulistas. In: Cadernos Pagu, Campinas, v. 56, n. 1, p. 1-29, abr., 2019

MONTRONE, A.V. G. et al. Violência de gênero numa universidade pública brasileira: saindo da visibilidade. In: Gênero, Niterói, v 1. n. 1, p. 6-13, jul/dez., 2020.

MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. Petrópolis: Vozes, 2007.

NEGREIROS, D. A; ANDRADE, A. O. Olhar do Discente de Graduação Sobre a Violência Doméstica. In: REVES Revista Relações Sociais, Viçosa, v. 2, n.1, p. 132-144, fev., 2019.

OLIVEIRA, R. S. et al. A questão de gênero na percepção do processo saúde-doença de pessoas privadas de liberdade em delegacias. In: Interface Comunicação, Saúde, Educação, Botucatu, v. 25, n. 1, p. 1-17, jan., 2021.

REIF, K; MARCO, M. H. Biografias de homens e mulheres autores de violência: uma revisão bibliográfica sobre o uso de métodos com trajetória para o entendimento do fenômeno sociológico. In: Conversas & Controvérsias, Rio Grande do Sul, v. 6, n. 2, p. 1-16, jul/dez, 2019.

RIBEIRO, D. Quem tem medo do feminismo negro? São Paulo: Companhia das Letras, 2018.

SAFFIOTI, H. I. B. Já se mete a colher em briga de marido e mulher. In: São Paulo em perspectiva. São Paulo, v. 13, n. 4, p. 82-91, dez., 1999.

SAFFIOTI, H. I. B. O poder do macho. São Paulo: Editora Moderna, 1987.

SAMPAIO, R. F.; MANCINI, M. C. Estudos de Revisão Sistemática: um guia para síntese criteriosa da evidência científica. In: Revista Brasileira de Fisioterapia. São Carlos, v. 11, n. 1, p. 83-89, jan./fev. 2007.

SOUZA, L. M. et al. Impedimento? Possibilidades da relação entre a mulher e o futebol. In: Phenomenological Studies: Revista da Abordagem Gestáltica, v. 25, n. 3, p. 282-293, set/dez., 2019.

SOUZA, T. M. C. et al. Violência contra mulher no namoro: percepções de jovens universitários. In: Revista Psicologia e Saúde, Goiânia, v. 10, n. 3, p. 31-43, set/dez., 2018.

TRIGUEIRO, T. H. et. al. Não adesão ao surgimento ambulatorial por mulheres que experienciaram a violência sexual. In: Texto Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 27, n. 1, p. 1-9, jan., 2018.

ZANELLO, V. Saúde mental, gênero e dispositivos: cultura e processos de subjetivação. Brasília: Appris Editora, 2018.

ZERBINATI, J. P.; BRUNS, M. A. T. Sexualidade e Educação: revisão sistemática da literatura científica nacional. In: Travessias, Cascavel. v. 11, n.1, p. 76 – 92, jan/abr. 2017.

WHITAKER, D. Mulher & Homem: o mito da desigualdade. São Paulo: Editora Moderna, 1997.