A BIBLIOTECA ESCOLAR E O LIVRO LITERÁRIO: ESPAÇOS (COM)FABULADOS
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Resumo
RESUMO: Para Jorge Luís Borges a ideia de biblioteca abarcava todos os livros e, por extensão, todo o Universo (1944); sendo leitor, o homem teria acesso ao mundo. A realidade, porém, cerceia os acessos que vão das bibliotecas aos livros literários a que o professor e o leitor em formação teriam direito, transformando o espaço mágico da babel borginiana num lugar de conflitos e castigos, carente de beleza e de experiências lúdicas. O primeiro Plano Nacional de Educação (1962) previa que, em cinco anos, todas as escolas teriam uma biblioteca. Entretanto, os dados do Inep (2018) evidenciam que não houve avanços nem na ampliação do número de bibliotecas, tampouco no incentivo a seu uso. Mal-usado, precário, inacessível e frustrante, o espaço físico da biblioteca é uma interessante metáfora para se compreender os espaços que o livro literário e a formação do leitor de literatura têm na realidade escolar, na contemporaneidade. A BNCC (2018) discrimina propostas para a leitura literária na escola e considera o acesso à literatura um direito dos estudantes. Entretanto, tempo, escolarização e fragmentação de leituras influenciam nas escolhas e metodologias utilizadas em sala de aula. Na prática, o professor e o estudante só dispõem do livro didático, como meio de acesso à literatura. Este trabalho analisa as relações de espaço que se articulam entre as bibliotecas escolares, o ensino da literatura e o uso do livro didático como única forma de acesso ao texto literário, destacando como corpus de abordagem o livro Português: linguagens, (Ensino Médio, Volume 1) de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães (2015), coleção mais distribuída no país pelo PNLD/2015. Entre o que está proposto nas sugestões estratégicas do livro didático e o efetivo acesso do estudante ao livro e suas aquisições de habilidades de leitura, há um hiato. Tomando como base a seção “Sugestão de estratégias” do livro analisado, pretende-se contribuir para a expansão desse espaço de leituras e linguagens, deslocando a leitura da sala de aula e dos espaços tradicionais, propondo estratégias de “contação de histórias”, performances e expressões corporais como novas metodologias da prática da leitura em sala de aula.
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Referências
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