Análise da situação ambiental das Áreas de Preservação Permanente no município de São José dos Ausentes - RS
Abstract
As Áreas de Preservação Permanente (APPs) foram definidas em 1965 pelo antigo Código Florestal Brasileiro (Lei Federal n° 4.771/1965), com a finalidade de preservar áreas que não são favoráveis para o uso intensivo do solo e que devem desta maneira, permanecer com a cobertura vegetal natural. As APPs são alvos constantes de pressões antrópicas, sendo assim, a sua delimitação e a sua caracterização compõem uma importante informação para a tomada de decisão no que se refere a medidas que visam proteger ou recuperar estas áreas ambientalmente sensíveis. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi de delimitar as APPs no município de São José dos Ausentes-RS, de acordo com a Lei Federal nº 12.651/2012 e a Lei Federal n° 12.727/2012, verificando a atual situação ambiental destas áreas, indicando quais locais devem ser restaurados ou recuperados. Para atingir o objetivo proposto, foi utilizada a imagem do satélite OLI/Landsat 8 do ano de 2014 e ferramentas computacionais de geoprocessamento. Para a obtenção do uso e cobertura do solo, a imagem foi classificada utilizando o algoritmo supervisionado de Máxima Verossimilhança Gaussiana. As APPs dos recursos hídricos e nascentes foram obtidas por meio da utilização de operadores de distâncias enquanto que as APPs de declividade superior a 45° e de topo de morro foram delimitadas pela interpolação das curvas de nível para a geração dos dados referentes ao relevo. O resultados indicaram que na área de estudo, 139,58 km² são APPs de acordo com o Artigo 4° da Lei Federal n° 12.651/2012 e 106,27 km² de APPs de acordo com a Lei Federal 12.727/2012. Não foram observadas APPs de topos de morro e de declividade superior a 45° ou 100%.
References
ZONNEVELD, I. 1989. The land unit – A fundamental concept in landscape ecology, and its applications. Landscape Ecol., 3(2):67-86.
METZGER, J.P. O que é ecologia de paisagens? Biota Neotropica. Campinas, v.1, n. 1/2, p. 1-9, 2001. Disponível em: <<http://eco.ib.usp.br/lepac/paisagem/Artigos_Jean/Metzger_biota_paisagem_2001.pdf. Acesso em: 01 abr. 2014.
SANTOS, R. F. dos. Planejamento Ambiental - teoria e prática. São Paulo: Oficina de Textos, 2004. 184 p.
CEMIN, G. Avaliação da fragmentação florestal no município de Caxias do Sul-RS: implicações ecológicas e proposição de cenários futuros. 2014. 126p. Tese (Doutorado em Sensoriamento Remoto) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. 2014.
BRASIL. Lei Federal Nº. 4.771, de 15 de setembro de 1965. Institui o novo Código Florestal. Brasília, DF. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L4771.htm>. Acesso em: 20 nov. 2015.
BRASIL. Lei Federal No 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis Nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Brasília: 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12651.htm>. Acesso em: 20 nov. 2015.
IBGE, Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2014. Rio de Janeiro: IBGE, 2015.
FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA E INPE. Atlas dos municípios da Mata Atlântica: ano base 2013. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, 2014. 61p. Disponível em: <http://mapas.sosma.org.br/site_media/download/estatisticas/Atlas_municipios2014_anobase2013.pdf>. Acesso em: 25 nov. 2015.
PRIMACK, R. B.; RODRIGUES, E. Biologia da conservação. Londrina: E. Rodrigues, 2001. 328p, 2001.
ISAM. Instituto de Saneamento Ambiental. (2010). Plano Ambiental Municipal de São José dos Ausentes. Universidade de Caxias do Sul. Prefeitura Municipal de São José dos Ausentes. 263 p.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Censo demográfico de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010.
INCRA. Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. Estatísticas Cadastrais Anuais, 2013. Brasília, Ministério da Agricultura, 2013.
USGS - Geological Survey / Serviço de Levantamento Geológico Americano (2013). Aquisição de imagens orbitais digitais gratuitas do satélite Landsat-8: data de passagem 26/08/2014. Disponível em: <http://landsat.usgs.gov/>. Acesso em: 14 out. 2015.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios. Censo demográfico de 2007. Rio de Janeiro: IBGE, 2007.
BRASIL. Lei Federal Nº 12.727, de 17 de outubro de 2012. Mensagem de veto de Conversão da Medida Provisória nº 571, de 2012. Altera a Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012, que dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; e revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001, o item 22 do inciso II do art. 167 da Lei no 6.015, de 31 de dezembro de 1973, e o § 2o do art. 4o da Lei no 12.651, de 25 de maio de 2012. Brasília: 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/L12727.htm>. Acesso em: 20 nov. 2015.
HASENACK, H. Base cartográfica vetorial contínua do Rio Grande do Sul na escala 1:50.000. Porto Alegre, RS: UFRGS IB Centro de Ecologia, 2010.
CARDOSO, C. A. et al. Caracterização morfométrica da bacia hidrográfica do rio Debossan, Nova Friburgo, RJ. Revista Árvore, Viçosa-MG, v. 30, n. 2, p. 241-248, 2006.
RIO GRANDE DO SUL. Lei Estadual N° 9.519, de 21 de janeiro de 1992. Institui o Código Florestal do Estado do Rio Grande do Sul e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.mprs.mp.br/ambiente/legislacao/id606.htm> Acesso em: 14 set. 2014.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Declaração de originalidade e cessão de direitos autorais
Declaro que o presente artigo é original, não está sendo tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional durante o processo de revisão. Através deste instrumento, em meu nome e em nome dos demais co-autores, porventura existentes, cedo os direitos autorais do referido artigo à revista SCIENTIA CUM INDUSTRIA. Contudo, a reprodução total ou parcial impressa ou eletrônica pode ser feita desde que o autor comunique oficialmente à revista. Declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias. Declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº9610, de 19/02/1998).