Para adiar o fim do mundo:
tessituras epistemológicas do Turismo e suas encruzilhadas
Palabras clave:
Turismo; Epistemologia; Processo Ecossistêmico; Teoria da Ação; Vale dos Vinhedos, Brasil.Resumen
O artigo tem como objetivo a discussão de um processo ecossistêmico para apreensão do Turismo como um campo transdisciplinar, que permitaque, na trama do território e da cultura funde uma epistemologia social, cujo objeto e método necessitam de novos olhares. Para tecer a complexidade desse processo auto-eco-organizador foram operacionalizadas as categorias operatórias<território>, <região>, <renda monopolista>, <poder simbólico>, as quais estruturamo campo cultural, antropológico, espaciale econômico do ecossistema construído. O enlaçamento, entrea Teoria dos Campos, de Bourdieu, a Teoria da Complexidade, de Morin, e a categoria operatória<renda monopolista>, de David Harvey, ocasionou a ruptura epistemológica diante da postura morfológica adotada para a reconstrução de um <modeloexplicativo>, evoluindo parauma reconstruçãoenquanto processo ecossistêmico do Turismo. A busca de concretude histórica ao processo modelo teórico-metodológico reconstruído estruturou-se nas relações sócio-históricas de um território específico, a Região dos Vinhedos [Rio Grande do Sul, Brasil], por se tratar de uma prática socioeconômica em rede de cooperação, demandaque prevê a organicidade proposta pelo ecossistema turístico de Beni e Moesch (2015), ponto de partida de desconstrução-reconstrução do objeto de investigação. A tradução da experiência (o fazer-saber) para o patamar de objeto a ser conhecido (teoria da ação) se fez pelas categorias operatórias <campo>,<habitus>,<poder simbólico>, conforme Bourdieu.A investigação realizada evidenciou uma delimitação de espaço (região) tecida por uma rede de cooperação socioeconômicas, localista,consequentemente social, que permitiu a retomada e o estabelecimento de uma transposição do campo cultural, onde relações de poder simbólico estão expressas pela forma de ser, entendida como italianidade, e a valorização da terra, seja na forma de denominação de origem [DO] para a vinicultura do Vale dos Vinhedos, ou, em empreendedorismos queexpressam o valor do trabalho dos seus ancestrais, na marca simbólica destes pequenos negócios,a partir das pulsações criativas dos sujeitos atores de novos processos socioeconômicos estabelecidos em territórios embrenhados de memórias afetivas e identidades reconstruídas, que por parte de seus atores resistem a sedução do lucro fácil nos moldes do neoliberalismo.
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