Economia, Política, Crise e Turismo: Analisando o Fluxo Turístico no Brasil no Período 1993-2019 / Economy, Policy, Crisis and Tourism: Analyzing the Tourist Flow in Brazil in the Period 1993-2019

Abstract

RESUMO

Este artigo tem como objetivo discutir a atividade turística no Brasil sob a ótica das incertezas e oscilações decorrentes do ambiente social, político e econômico do país. O artigo apresenta dados do tráfego nacional e internacional de passageiros no Brasil e faz sua relação com grandes eventos e com a ocorrência de crises econômicas e políticas em âmbito nacional e internacional. Para verificar se as crises afetam o desempenho do turismo foi elaborada uma série histórica de 27 anos com base em estatísticas oficiais de órgãos governamentais do Brasil e organizações internacionais como a Organização Mundial de Turismo. Os resultados apresentados indicam que, apesar do aumento do tráfego turístico na primeira década do século 21, o mercado de turismo brasileiro ainda apresenta desempenho aquém da capacidade devido às persistentes e graves disparidades econômicas e sociais e às incertezas políticas e econômicas. Esta pesquisa oferece uma perspectiva alternativa a respeito do desempenho da atividade turística no Brasil, ao relacionar o fluxo de desembarques nacionais e internacionais com as turbulências econômicas e políticas vividas no período, indicando que a crises sistêmicas contagiosas em nível internacional afetam menos o mercado turistico brasileiro do que as crises domésticas.

PALAVRAS-CHAVE

Turismo; Desembarques; Economia; Política; Brasil.

ABSTRACT

This article aims to discuss tourist activity in Brazil from the perspective of uncertainties and fluctuations arising from the country's social, political and economic environment. The article presents data on national and international passenger traffic in Brazil and relates to major events and the occurrence of economic and political crises at the national and international levels. To verify whether crises affect the performance of tourism, a 27-year historical series was prepared based on official statistics from Brazilian government agencies and international organizations such as the WTO. The results presented indicate that, despite the increase in tourist traffic in the first decade of the 21st century, the Brazilian tourism market still underperforms capacity due to the persistent and serious economic and social disparities and political and economic uncertainties. This research offers an alternative perspective regarding the performance of tourist activity in Brazil, by relating the flow of national and international landings to the economic and political turbulences experienced in the period, indicating that contagious systemic crises at an international level affect the Brazilian tourism market less than domestic crises.

KEYWORDS

Tourism; Landings; Economy; Politics; Brazil.

AUTORIA

Roque Pinto – Doctor Europaeus. Professor Titular de Antropologia na Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Brasil. Orcid: http://orcid.org/0000-0001-5347-0901 E-mail: roquepintosantos@gmail.com

Sócrates Moquete Guzmán - Doutor. Professor Pleno de Economia na Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Brasil. Orcid: http://orcid.org/0000-0002-1778-4441 E-mail: socrates@uesc.br

REFERÊNCIAS

Altinay, L., & Bowen, D. (2006). Politics and tourism interface: The case of Cyprus. Annals of Tourism Research, 33(4), 939-956. Link

Andriotis, K. (2006). Researching the development gap between the hinterland and the coast - evidence from the island of Crete. Tourism Management, 27(4), 629-639. Link

Barnes, J. (1987). Redes sociais e processo político. In: B. Feldman-Bianco, (org.) Antropologia das Sociedades Contemporâneas - Métodos. pp. 159-194. São Paulo: Global.

Barretto, M. (1991). Planejamento e organização em turismo. Campinas-SP: Papirus.

Beni, M. (2006). Política e planejamento do turismo no Brasil. São Paulo: Aleph.

Bianchi, R. (2003). Place and power in tourism development: tracing the complex articulations of community and locality. Pasos - Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 1(1), 13-32. Link

Boissevain, J. (2007). Confrontando la industria turística en Malta. In: D. Lagunas (org.). Antropología y Turismo: claves culturales y disciplinares. pp 73-90. México D.C.: Plaza y Valdés.

Brasil (2019a). Dados e Fatos: Anuário estatístico de Turismo. V. 47. Ano Base 2019. Brasília: MTur. Link

Brasil (2019b). Estatísticas básicas de turismo.. Ano base 2018. Ministério de Turismo. Link

Cano, W. (2008). Desconcentração produtiva regional do Brasil: 1970-2005. São Paulo: Unesp.

Chambers, E. (2000) Native Tours: the anthropology of travel and tourism. Long Grove: Waveland.

Cheong, S-M., & Miller, M. (2000). Power and tourism: A Foucauldian observation. Annals of Tourism Research, 27(2), 371-390. Link

Coleman, S. & M. Crang, M. (org) (2002). Tourism: between place and performance. New York, Oxford: Berghahn Books.

Dias, R. (2003). Planejamento do Turismo: política e desenvolvimento do turismo no Brasil. São Paulo: Atlas.

Diniz, E. (1997). Reforma do Estado e governabilidade no Brasil. Brasilia: UnB.

Europapress (2019). Canarias se sitúan como tercer destino de los turistas extranjeros con 13,7 millones en 2018 pero cae un 3,3%. EuropaPress. Link

Fortes, M., & Evans-Pritchard, E. E. (Eds.). (1940). African Political Systems. Oxford: Oxford University.

Foucault, M. (1976). La volonté de savoir. Paris: Gallimard.

Fundo Monetário Internacional - FMI (2020a). World Economic Outlook.Link

Fundo Monetário Internacional - FMI (2020b). Composição de países de grupos WEO.  Link

Galani-Moutafi, V. (2000). the self and the other: traveler, ethnographer, tourist. Annals of Tourism Research, 27(1), 203-224. Link

Grünewald, R. (2015). Turismo Pataxó: da renovação identitária à profissionalização das reservas. Agália - Revista de Estudos na Cultura (especial), 43-57. Link

Hernandez Ramírez, J., Pereiro, X., & Pinto, R. (2015). Panorama de la Antropología del Turismo desde el Sur. Pasos - Revista de Turismo y Patrimonio Cultural, 13(2), 277-281. Link

Kurtz, D. (2001). Political Anthropology: power and paradigms. Cambridge and Oxford: Westview Press.

Lewellen, T. (1994). Introducción a la antropología política. Barcelona: Bellaterra.

Meyer, A. (1987). A importância dos “quase-grupos” no estudo das sociedades complexas. In: B. Feldman-Bianco. Antropologia das Sociedades Contemporâneas - Métodos. pp. 127-158. São Paulo: Global.

Morgan, N., & Pritchard, A. (1998). Tourism, promotion and power: creating images, creating identities. Chichester: John Wiley & Sons.

Munsters, W., & Marjan, M. (Eds). (2015). Anthropology as a Driver for Tourism Research. Antwer: Garant Publisher.

Nash, D. (1996). Anthropology of Tourism. New York: Pergamon.

Organização Mundial de Turismo - OMT (2002). International Tourism Highlights 2002 Edition. Link

Organização Mundial de Turismo - OMT (2019). International Tourism Highlights 2019 Edition. Link

Pereiro, X. (2016). A review of Indigenous tourism in Latin America: Reflections on an anthropological study of Guna Tourism (Panama). Journal of Sustainable Tourism, 24(8-9), 1-18. Link

Pinto, R. (2006). Turismo e Identidade: a gestão da baianidade e a produção de tradições. Caxias do Sul: Educs.

Pinto, R. (2012). Tourism, trade and cocoa: politics and tourist space in Ilhéus, Brazil. In: Valença, M., Cravidão, F., & Fernandes, J. (Org.). Urban Developments in Brazil and Portugal. Pp 353-369. New York: Nova Science Publishers.

Pinto, R., & Pereiro, X. (2010). Turismo e Antropologia: contribuições para um debate plural. Revista Turismo & Desenvolvimento, 1(13-14), 219-226. Link

Pires, E. (2003). O Baile do Turismo: turismo e propaganda no Estado Novo. Casal de Cambra: Caleidoscópio.

Santana Talavera, A. (1997). Antropología y Turismo: ¿Nuevas hordas viejas culturas?. Barcelona: Ariel.

Santana Talavera, A. (2009). Antropologia do Turismo: Analogias, Encontros e Relações. São Paulo: Aleph.

Santana Talavera, A. (2015). Turismo, Incursiones Interdisciplinares desde la Antropología Social. Estudios y Perspectivas en Turismo, (especial), 83-99. Link

Santana Talavera, A., & Pinto, R. (2010). Bordes y límites del modelo de Ciclo de Vida del producto turístico. Reflexiones desde el terreno de investigación. Aportes y Transferencias - Tiempo Libre, Turismo y Recreación, 14(1), 119-135. Link

Sharpley, R., & Telfer, D. (Eds.). (2002). Tourism and Development: Concepts and Issues. Clevedon: Chanel View Publications.

Simonicca, A. (2001). Antropologia del Turismo: Strategie di ricerca e contesti etnografici. Roma: Carocci.

Simonicca, A. (2007). Conflicto(s) e interpretación: problemas de la antropología del turismo en las sociedades complexas. In: Lagunas, D. (Coord.). Antropología y Turismo: Claves Culturales y Disciplinares. 27-46. Mexico City: Plaza y Valdés.

Smith, V. (org.) (1977). Hosts and Guests: The Anthropology of Tourism. Philadelphia: University of Pennsylvania Press.

Smith, V. (org.) (1989). Anfitriones e Invitados: la antropología del turismo. Madrid: Endymion.

Smith, V., & Brent, M. (Orgs.) (2001). Hosts and guests revisited: Tourism issues of the 21st century. New York: Cognizant Communication.

World Economic Forum. (2017). The Travel & Tourism Competitiveness Report 2017: Paving the way for a more sustainable and inclusive future. Geneva. Link

PROCESSO EDITORIAL

Recebido: 28 FEV 20; Aceito: 26 OUT 20