“Per essere alcuno nella vita”: escolas na Região Colonial Italiana do Rio Grande do Sul
Palavras-chave:
educação, imigrantes italianos, cultura escolarResumo
Este artigo apresenta um panorama do processo escolar entre imigrantes da Região de Colonização Italiana no Rio Grande do Sul, abrangendo especialmente o período de 1875 a 1930. Ao me referir à Região de Colonização Italiana estou compreendendo como sendo as primeiras colônias criadas na Serra Gaúcha:- Dona Isabel, Caxias e Conde D’Eu e que foram, em sua maioria, ocupadas por imigrantes italianos. As possibilidades de acesso ao ensino institucionalizado foram possíveis a partir das diversas iniciativas dos próprios imigrantes, das autoridades locais e estaduais, das autoridades consulares e das congregações religiosas. Apresento as condições em que se organizou a escola e suas diferentes modalidades de ensino: as chamadas “aulas étnicas ou italianas”, que, incentivadas pelas autoridades consulares, eram mantidas pelas Sociedades Italianas e pelas comunidades rurais, algumas recebendo subsídio do governo italiano; as “escolas confessionais” que, em especial a partir de 1890, proliferaram por toda a região seja via noviciados, seminários, colégios e escolas paroquiais; e, finalmente, as diferentes modalidades de “escolas públicas”. São utilizados os referenciais teóricos da História Cultural para a análise de documentos diversificados, especialmente, relatórios, fotografias, correspondências, jornais e materiais didáticos. Problematizo o lugar da escola, o sentido dado a ela por esses grupos de imigrantes, estabelecendo uma relação entre a educação e o universo cultural daquelas comunidades em formação. Investigando e reconstruíndo alguns traços desse processo educacional, parece me que a naturalização do discurso sobre a trama histórica educacional dessa região, merece ser repensada.