v. 12 n. 24 (2013): Comunicação, educação e tecnologias
APRESENTAÇÃO
A edição que chega aos leitores elegeu como dossiê temático Comunicação, educação e tecnologias, tema de fundamental importância não somente para a academia, mas para a sociedade como um todo. Responderam ao nosso desafio Caroline Kraus Luvizotto e Fabiane Carniel, com o artigo Educação a distância na sociedade da informação: reflexões acerca dos processos de comunicação, ensino e aprendizagem na sala de aula virtual, mostrando a relação entre tecnologias da informação e comunicação (TIC) e o cotidiano das pessoas, o que se reflete nos subsistemas sociais, o que inclui a educação, especialmente aquela a Distância (EaD). O artigo analisa a relação entre as novas tecnologias da informação e comunicação, o ensino e a aprendizagem na sala de aula virtual, e busca compreender a concepção de ensino/ aprendizagem inerente à atual geração da EaD. Numa sociedade em que as relações face a face são cada vez mais relegadas ao segundo plano, esta reflexão se torna fundamental.
Tiago Quiroga e Paulliny Gualberto Tort contribuíram para a reflexão sobre o tema com Contribuições teóricas de Niklas Luhmann: a improbabilidade da comunicação e os meios simbolicamente generalizados, trabalho que aborda a teoria da comunicação de Niklas Luhmann, buscando elementos de crítica ao pensamento comunicacional. Luhmann faz um estudo sistemático dos meios de comunicação, capazes de contornar o que classifica de improbabilidade da comunicação – simbolicamente generalizados –, responsáveis por viabilizar a aceitação de uma mensagem e, por consequência, atores na formação de diferentes sistemas sociais, intimamente relacionados à aceitação/rejeição.
Em Entre o humanismo e o tecnicismo: a experiência do jornal-laboratório e do estágio universitário como prática simulada e assistida, Robson Dias discute o papel do estágio profissional e do jornal-laboratório nos cursos de formação profissional de jornalistas, resgatando tensões e incoerências nesse contexto. O autor analisa e tensiona as variáveishumanística e tecnicista do ensino nessa área. No momento em que os cursos de Comunicação Social passam por ampla reformulação, a reflexão se mostra, mais do que atual, importante.
No artigo Tensões e distensões no campo educomunicativo da televisão: o conceito de ecossistema comunicativo na visão latino-americana, Anderson Lopes da Silva e Fábio de Carvalho Messa discutem o conceito de ecossistema comunicativo, com aplicação sui generis na interface da Educomunicação e da televisão, a partir da visão de autores latinoamericanos. O trabalho mostra aproximações e distanciamentos conceituais, considerando a diversidade cultural, política, econômica e social que caracteriza o continente e busca marcaro “modo de ser latino” desses pensadores. Os autores avisam: “As considerações são parciais...” E nós devemos completar: nem por isso menos valiosas, na medida em que provocam a reflexão, o debate e, consequentemente, o movimento.
O dossiê temático da revista encerra com o trabalho Contribuições à análise de qualidade do jornalismo na comunicação pública digital, de Danilo Rothberg e Kátia Viviane da Silva Vanzini, cuja contribuição está na formulação de elementos para uma proposta de parâmetros de avaliação de qualidade do jornalismo na comunicação pública digital, inspirada em critérios de avaliação de qualidade das mídias comerciais e de radiodifusão pública.
Publicados em nossa seção Artigos Conexão, o leitor encontra trabalhos não menos importantes do que os citados até aqui, embora não estejam relacionados diretamente com o dossiê temático da edição. O rigor na busca de dados, o caráter eminentemente científico, a fluidez dos textos e a diversidade de abordagens levarão, com certeza, a uma leitura agradável e produtiva.
Deixamos aberto aos leitores o convite para a leitura de nossa edição número 25, em fase de produção, com dossiê temático focado no tema Comunicação, tecnologias móveis e estéticas digitais e a de número 26, com dossiê temático centrado em Pesquisa, método e comunicação. Em tempos de tecnologia e interatividade, queremos deixar aberto um canal de troca com nossos leitores/autores. A ideia é recebermos sugestões de temáticas relevantes, que venham contemplar nossas edições. Essa troca, com certeza, permitirá, ao longo do tempo, um desenho do mapa muito realista das preocupações dos estudiosos da Comunicação, principalmente na medida em que a revista vem agregando autores não apenas do Brasil, mas também de outros países da América Latina e da Europa.
Dra. Marlene Branca Sólio
editora