Da genialidade à burocracia uma reflexão sobre a educação a partir do texto sobre o futuro das nossas instituições de ensino de Friedrich Nietzsche
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Resumo
Este artigo traz uma pequena reflexão a partir da crítica de Friedrich Nietzsche ao modelo educacional alemão no contexto de rápida modernização do Estado no século XIX. Para tal, partimos das conferências Sobre o futuro de nossas instituições de ensino, ministradas em 1872, cuja abrangência permite pensar o impacto do Estado burguês na formação dos jovens e sua incidência prejudicial à cultura, destacando a perda do ideal humanista em favor do econômico na educação formal. Nietzsche argumenta que a educação alemã, ao direcionar o ensino em prol do utilitarismo estatista, compromete a formação de cidadãos completos, transformando o ensino em um meio de atender aos interesses políticos e econômicos. Apesar do contexto cultural distante, defendemos que a crítica do filósofo ainda se faz atual em direção a uma educação libertadora, que não limita a realização humana ao sucesso econômico e não negligencia questões filosóficas e éticas fundamentais.
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