Dormência e germinação de sementes de Uvaia (Eugenia pyriformis Cambess)
DOI:
https://doi.org/10.18226/25253824.v5.n9.07Palavras-chave:
métodos de superação de dormência, ácido giberélico, escarificação, choque térmicoResumo
O Sul do Brasil apresenta grande diversidade de espécies nativas alimentícias. A uvaia (Eugenia pyriformis Cambess.), junto com outras espécies nativas, tem grande potencial econômico devido a seus frutos e como matéria-prima para a indústria alimentícia. No entanto, existe pouca informação sobre a existência de dormência de sementes para esta espécie, nem um protocolo oficial estabelecido em relação à superação de dormência, um requisito necessário para a produção desta espécie em larga escala. Este trabalho teve como objetivo verificar a presença de dormência em sementes de E. pyriformis, propondo também um possível método para superá-la. Os tratamentos de superação de dormência empregados foram: escarificação mecânica utilizando uma lixa, escarificação química com ácido sulfúrico concentrado, choque térmico utilizando água quente, indução química da germinação utilizando ácido giberélico, uma combinação dos tratamentos com ácido sulfúrico e giberélico, uma combinação dos tratamentos com água quente e ácido giberélico, e o controle (semente não tratada). As sementes foram incubadas por 60 dias em estufa BOD a 25±5 °C e fotoperíodo de 8:16 h (claro:escuro). A porcentagem de germinação e o Índice de Velocidade de Germinação (IVG) foram avaliados. Os resultados indicaram que a escarificação mecânica induziu uma germinação mais rápida (IVG de 0,637 para a escarificação mecânica e 0,187 para o controle) e porcentagem de germinação de 77%, enquanto que o controle apresentou 36%. As sementes de E. pyriformis recém-coletadas podem apesentar dormência, que foi superada com a escarificação mecânica.
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