Sexualidade e poder: os ensinamentos amorosos de Ovídio em confronto com a ordem visual da 'Urbs' de Augusto
Parole chiave:
Representações, Roma, Amor.Abstract
Durante o governo do imperador Augusto (27 a.C. – 14 d.C.), a cidade de Roma passou por uma renovação de sua paisagem a partir da edificação de templos, basílicas, teatros e pórticos. Tal renovação foi pensada pelo soberano como uma forma de materializar seu poder, desenvolvendo uma Roma que representasse sua grandeza perante os homens e mulheres que frequentassem as novas ruas e monumentos. Contemporâneo de Augusto, o poeta Ovídio (43 a.C. – 17 d.C.) se apropriaria de forma diversa da capital imperial. Em sua obra Ars Amatoria, Ovídio entenderia que a cidade deveria servir não apenas para expressar a autoridade do soberano, mas também para possibilitar encontros amorosos. Vemos surgir, então, uma luta entre representações, na qual o poeta subverte a ordem visual da Urbs augustana a favor da prática de seus ensinamentos.