Memória e (re)construção de si nas obras de dois “loucos” artistas
Palavras-chave:
Memória, Identidade, NarrativaResumo
No presente artigo pretendo analisar as percepções de dois "loucos" artistas (ou artistas "loucos") a respeito de seus internamentos. Refiro-me a Arthur Bispo do Rosário, interno da Colônia Juliano Moreira (RJ), e Alceu Poeta, paciente do Centro Agrícola de Reabilitação (RS). Objetivo: compreender a maneira como esses personagens (re)construíram narrativas próprias para explicar tal acontecimento, observando as modificações sofridas por elas ao longo dos anos. Nesse sentido, a inclusão no cenário manicomial, bem como a elaboração de uma explicação para tal evento marca a (re)construção da identidade diante de uma situação-limite, revelando um verdadeiro trabalho de enquadramento da memória na tentativa de imprimir determinada "imagem de si, para si e para os outros". (POLLAK, 2000, p. 10).