Sob Impedimento: os indígenas e os trâmites para o casamento na diocese do Maranhão (1745-1801)

Resumo

Os indígenas passavam a fazer parte da comunidade leiga da Igreja católica quando eram batizados e deveriam passar pelos trâmites estabelecidos após o Concílio de Trento (1545-1563) se desejassem casar. Este artigo analisará um acervo documental pouco conhecido no Brasil e também no exterior, os processos da Câmara Eclesiástica através de seus Autos de Impedimento Matrimonial. Nesses processos, os índios foram denunciados por cometerem desvios sexuais e morais na fase pré-matrimonial. Utilizando metodologias de investigação que impliquem a variação da escala de observação e valorizando perspectivas de história conectada, será possível analisar as interpretações dos indígenas acerca do sacramento do matrimônio, o seu protagonismo na sociedade colonial, bem como a ação das autoridades eclesiásticas na diocese do Maranhão entre os anos de 1745 a 1801.