Por uma comunicação sensível ao cuidado: considerações a partir de uma perspectiva ética ecofeminista

Abstract

Em consonância com o cenário que vivenciamos hoje, em meio a pandemia da Covid-19, a negativa do atual governo de aderir às recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e a tentativa da mídia dita tradicional de cumprir o seu papel imersa na crise de credibilidade que vem enfrentando nos últimos anos, faço neste ensaio, com base em pesquisa referencial, uma ponte necessária e possível entre a ética ecofeminista e o jornalismo, pensando também de forma mais abrangente a comunicação. Inspirada na obra de Karen Warren (2000), proponho sete características-chave para pensarmos em uma Comunicação sensível ao cuidado. Assim como a ética sensível ao cuidado consiste em uma crítica ao viés masculinista das éticas tradicionais e na necessidade do desenvolvimento de uma nova ética, a comunicação sensível ao cuidado estaria atenta ao viés masculinista do jornalismo tradicional e hegemônico e a urgência do desenvolvimento de um novo paradigma comunicacional.