Deus é testemunha: apontamentos sobre eticidade em quatro tragédias gregas

Resumo

O presente artigo se apresenta como uma tentativa de reapresentação da discussão da relação entre tragédia (grega) e Direito. De modo que a partir da retomada dos trabalhos clássicos de Bernard Knox, Martha Nussbaum e Michel Foucault, espera-se deslocar o foco da discussão para a problematização acerca dos fundamentos da verdade jurídica do Direito grego nascente, no que diz respeito à representação dos deuses na tragédia. Para tanto, recortou-se como corpus quatro tragédias, Prometeu Acorrentado, As Eumênides, Antígona e Édipo Rei, a fim de se pensar a tensa relação entre o vocabulário jurídico e o religioso e propor possíveis modelos de eticidade que despontam da estrutura das peças.