Uma leitura de Elisa Lucinda pelo viés do pensamento decolonial do corpo e do gênero
Palavras-chave:
Decolonialidade, corpo, gênero.Resumo
À luz das reflexões da escrita feminina negra muito ainda se tem a pesquisar acerca do sujeito enunciador. Essa análise concentra-se nas inquietações que problematizam as noções de corpo e de gênero a partir da estetização étnica do corpo feminino negro e do pensamento decolonial, na poesia da Elisa Lucinda. A partir de uma abordagem filosófica, observamos na relação de alteridade a dimensão da diferença entre raça e gênero, bem como significações hierarquizadas que legitimam o racismo e a vulnerabilidade da mulher. Concluímos, por meio dessa pesquisa, que o sujeito lírico é combativo às formas de opressão e que o seu corpo oferece resistência quando cria alternativas à ultrapassagem das barreiras de dominação do gênero masculino com o intento de descolonizar o corpo negro da mulher e de colocá-lo num mesmo plano valorativo e de reciprocidade dos gêneros.