Aspectos sociais em Clarice Lispector: uma leitura de A bela e a fera ou a ferida grande demais
Palavras-chave:
Representação, social, Clarice Lispector.Resumo
O objetivo deste artigo é refletir sobre aspectos sociais em Clarice Lispector, mais precisamente no conto “A bela e a fera ou aferida grande demais” (2016). A nossa intenção é apontar uma escrita clariceana voltada para dois mundos distintos: o primeiro, representado por Carla e a sua autoconsciência da realidade que a separa de outros estratos sociais, e o segundo, patenteado pela figura do mendigo da calçada de Copacabana que representa o abandono e a miserabilidade do homem diante de uma sociedade excludente e classificatória. Com isso, procuramos problematizar os dramas interpessoais e as diferenças entre a simetria da estética dos padrões de beleza e dos status instituídos pela sociedade do olhar. Dito isto, constatamos a preocupação da autora em tecer uma denúncia à realidade que separa os sujeitos socialmente marginalizados.