Trocando pernas, caindo de bruços: tangos de exílio de Augusto Boal, em Buenos Aires (1971-1972)
Palavras-chave:
Augusto Boal, teatro político, exílio latino-americano.Resumo
O presente artigo aborda o primeiro momento do exílio compulsório do teatrólogo brasileiro Augusto Boal em Buenos Aires. Nosso objetivo é observar como os projetos de transformação social presentes na obra de Boal desde sua atuação como diretor do Teatro de Arena de São Paulo sofrem uma importante inflexão a partir do exílio. Ao que parece, o tom democrático e internacionalizante torna-se o eixo gravitacional de um trabalho que procurou sobreviver a despeito da distância geográfica em relação ao Brasil e do cerceamento ideológico na América Latina como um todo. Para tanto, foi selecionada a peça El Gran Acuerdo Internacional del Tío Patilludo, cuja chave negativa é, no mínimo, sintomática de um período em que o exercício da autocrítica era instrumento primordial para a sobrevivência da arte de esquerda.