O trauma do colonialismo e da escravidão nas narrativas de Mia Couto e Maria Firmina dos Reis: um estudo comparativo
Resumo
O objetivo deste trabalho é, através do método comparatista, demonstrar como narrativas ficcionais das literaturas pós-coloniais de língua portuguesa, em particular a moçambicana e brasileira, tematizam o trauma e a violência do homem negro contemporâneo e permitem o encontro entre imaginários e discursos sobre a escravidão, o colonialismo, o preconceito, o recalque, enfim, os efeitos traumáticos sobre a identidade de afrodescendentes ou africanos, no Brasil ou Moçambique. Nesse sentido, tomo como corpus de análise a obra ficcional de Mia Couto, narrador ficcional moçambicano, e da escritora afro-brasileira Maria Firmina dos Reis, cujos textos abordam especificamente a tentativa de constituir uma reflexão sobre a identidade, a subjetividade, a violência, o trauma e a história de africanos ou seus descendentes em contextos pós-coloniais.