“Onde está? Onde está? Nossa santa beata onde está"?
uma análise sobre memória e silenciamentos em torno da Beata Maria de Araújo
Palavras-chave:
Análise do Discurso, Maria de Araújo, Bendito, Silenciamento, MemóriaResumo
Silêncio, apagamento e invisibilidade. Assim podem ser definidos alguns dos processos que, historicamente, atravessam a imagem da Beata Maria de Araújo, protagonista do chamado “Milagre de Juazeiro”. Nascida em 24 de maio de 1863 em Juazeiro do Norte – Ceará, Maria Magdalena do Espírito Santo de Araújo vivenciou tentativas de silenciamento não somente em vida, quando foi enclausurada e vilipendiada, mas também de forma póstuma, ao ter seu túmulo violado. Partindo dessa premissa, é que o presente trabalho se debruça sobre o objetivo de analisar os dispositivos de subjetivação que atuaram/atuam na constituição da imagem desta personagem, bem como na tentativa do seu apagamento da história da cidade. Para a construção deste trabalho específico, analisaremos o Bendito à beata Maria de Araújo, composto e cantado por Carlos Gomide. Para tanto, utilizaremos como suporte teórico conceitos da chamada Análise do Discurso Francesa (AD), com base em autores como Michel Pêcheux (1997), Eni Orlandi (1997) e Michel Foucault (1997), em diálogo com as pensadoras feministas negras como Ângela Davis (2016) e Carla Akotirene (2019).