O adestramento dos corpos pela (bio)política carcerária

políticas públicas de punição em detrimento da integração social dos excluídos

Autores

  • Gabriela Magalhães Sabino Universidade Federal de Goiás (UFG)
  • Luana Alves Luterman Universidade Estadual de Goiás

Palavras-chave:

Cárcere feminino goiano. Adestramento. Biopolítica. Punição.

Resumo

Nesta pesquisa, a contextualização do tema trata-se das discursividades de enunciados que irrompem na constituição subjetiva das egressas do cárcere feminino do interior goiano. Como objetivos, descrevemos, interpretamos e analisamos enunciados desses sujeitos para compreender o adestramento de seus corpos mediante a biopolítica carcerária.  Além disso, perscrutamos as políticas de punição em detrimento da integração social dos excluídos. O trajeto metodológico respalda-se na Análise do Discurso de linha francesa, sobretudo no aporte epistemológico de Foucault (1972; 1979; 2008a; 2008b; 2014; 2019), a respeito de corpo, Courtine (2013), para investigação do recorte de um corpus reunido por intermédio de uma entrevista estruturada, que neste artigo apresenta três questões e suas respectivas respostas. Ademais, mobilizamos um arcabouço teórico de estudos feministas a fim de analisarmos os enunciados dessas mulheres no momento em que estavam encarceradas, tal como supracitado, mediante a autora Butler (2015; 2019). Como resultados, percebemos que os enunciados das mulheres pesquisadas são clivados por discursos do domínio do senso comum a respeito do sistema carcerário feminino, os quais circulam regularmente e revelam a ordem da dizibilidade sobre castigos, suplícios, saberes e poderes disciplinares num dispositivo panóptico que, arquitetonicamente, é produto de uma biopolítica produzida para marginalizar.

Biografia do Autor

Gabriela Magalhães Sabino, Universidade Federal de Goiás (UFG)

Professora efetiva de Língua Portuguesa e Redação na Secretaria de Estado do Tocantins (SEDUC-TO) e doutoranda em Estudos Linguísticos no Programa de Pós- Graduação em Letras e Linguística na Universidade Federal de Goiás (PPGLL/UFG). Mestra em Língua, Literatura e Interculturalidade pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu (POSLLI) da Universidade Estadual de Goiás (Câmpus Cora Coralina). Pós-graduada em Língua, Linguística e Literatura pela Faculdade Instituto Brasil de Ensino (IBRA) e também em Linguagem, Cultura e Ensino pela Universidade Estadual de Goiás (Câmpus Inhumas)- (2022).Também é licenciada no curso de Letras-Português/Inglês e respectivas literaturas pela Universidade Estadual de Goiás (Câmpus Oeste) (2020).

Luana Alves Luterman, Universidade Estadual de Goiás

Possui graduação em Letras- Português/ Vernáculas pela Universidade Católica de Goiás (UCG) (2004). É especialista em Formação de Professores de Língua Portuguesa pela Universidade Católica de Goiás (UCG) (2005). É mestre em Linguística (Análise do Discurso) pelo Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística (UFG) (2009). É doutora em Linguística (Análise do Discurso) pelo Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística (UFG) (2014). É pós-doutora pela Universidade Federal de Goiás (UFG) (2016) - supervisora: Eliane Marquez da Fonseca Fernandes. É pós-doutora pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar - PNPD/CAPES) (2018). É professora da UEG - UnU Inhumas - e do POSLLI (Pós-Graduação Stricto Sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade), no Câmpus Cora Coralina (Cidade de Goiás), vinculado à UEG.

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Publicado

2024-12-17

Como Citar

Magalhães Sabino, G., & Alves Luterman, L. (2024). O adestramento dos corpos pela (bio)política carcerária: políticas públicas de punição em detrimento da integração social dos excluídos. ANTARES: Letras E Humanidades, 16(37). Recuperado de https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/antares/article/view/13110

Edição

Seção

DISCURSOS EM ANÁLISE: DIMENSÕES E PERSPECTIVAS