Leitura d"O invasor"
Abstract
Nosso objetivo neste artigo é fazer uma leitura da novela O invasor, de Marçal Aquino, com o intuito de avaliar em que medida os movimentos de sentido da obra centrados nos três protagonistas não conseguem conter os muitos furos que os contatos e os contágios com os "outros da trama" potencializam. Partimos da premissa de que O invasor é um texto sobre os encontros com a alteridade a exigir da leitura uma ética política que seja capaz de desvelar aquilo mesmo que o realismo literário nega por sob a máscara da objetividade. Para tanto, compreendemos o realismo como um modo necessariamente ambivalente e barroco de semiotizar tais encontros, é tanto clausura como potência de diferenciação. Dar conta dos silenciamentos que um real sempre em falta encena é a tarefa da crítica como leitura à revelia da própria obra, em uma tal leitura é a primeiridade dos segundos que revela toda a riqueza dos muitos.