Literatura de minorias como politização radical e democracia inclusiva-participativa: sobre a voz-práxis literária indígena enquanto ativismo, militância e engajamento

Autores

Palavras-chave:

Literatura de Minorias. Literatura Indígena. Democracia. Ativismo-Militância. Engajamento.

Resumo

As minorias são radicalmente políticas-politizantes, porque representam fundamentalmente uma construção sócio-política, enquanto diferenças-alteridades singulares e como produção simbólica, normativa e epistemologicamente negativa atribuída a elas por maiorias hegemônicas. Nesse sentido, o aparecer dessas mesmas minorias na e como esfera pública, como sujeitos públicos, significa exatamente politização radical e democracia inclusiva-participativa, uma vez que elas rompem com o silenciamento, a exclusão e a marginalização em torno à sua situação, expressando-se e afirmando-se como minorias e, com isso, entabulando uma perspectiva de crítica social, resistência cultural e luta política em relação às instituições, aos sujeitos, às práticas e aos valores unidimensionais, totalizantes e massificadores. Conforme argumentamos, a literatura de minorias e, nela, a literatura indígena permitem essa politização radical e essa democracia inclusiva-participativa por parte de grupos socioculturais marginalizados e silenciados que, desde uma práxis ativista, militante e engajada, aberta, anti-sistêmica, anti-institucionalista e anti-paradigmática, questionam a perspectiva essencialista, naturalizada, a-histórica e, por isso, apolítica, despolitizada e despolitizadora própria às maiorias. Assim, a literatura de minorias e, em nosso caso, a literatura indígena tornam-se voz-práxis política-politizante, carnal e vinculada, em que o eu-nós lírico-político, profundamente ligado ao grupo ou à comunidade de que faz parte, constrói uma obra-práxis engajada, militante e ativista, voz-práxis e obra-práxis que, em verdade, conforme nosso argumento nesse texto a partir do exemplo da literatura indígena brasileira produzida desde a década de 1990 em profunda consonância com o e como suporte teórico-político ao Movimento Indígena, não podem acontecer de outro modo que não como ativismo, militância e engajamento diretos.

Biografia do Autor

Leno Francisco Danner, Fundação Universidade Federal de Rondônia

Doutor em Filosofia (PUC-RS). Professor de Filosofia e de Sociologia na Fundação Universidade Federal de Rondônia.

Julie Dorrico, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).

Doutoranda em Teoria Literária pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Mestre em Estudos Literários pelo Programa de Pós-Graduação em Estudos Literários da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

Fernando Danner, Universidade Federal de Rondônia (UNIR)

Doutor em Filosofia (PUCRS). Professor de Filosofia no Departamento de Filosofia da Universidade Federal de Rondônia (UNIR).

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Publicado

2020-09-05

Como Citar

Danner, L. F., Dorrico, J., & Danner, F. (2020). Literatura de minorias como politização radical e democracia inclusiva-participativa: sobre a voz-práxis literária indígena enquanto ativismo, militância e engajamento. ANTARES: Letras E Humanidades, 12(26), 2–25. Recuperado de https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/antares/article/view/7921

Edição

Seção

ESTUDOS LITERÁRIOS