O corpo na concepção de eventos na língua de sinais brasileira
Resumo
O objetivo deste trabalho é observar a projeção de entidades provenientes do discurso narrativo a partir do corpo do sinalizante e do espaço de sinalização. Para tal, baseamo-nos na Teoria dos Espaços Mentais de Fauconnier (1994 [1985], 2006 [1997]); Fauconnier e Turner (1996, 1998) e da descrição dos Espaços Token e Surrogate nas línguas de sinais apresentada por Liddell (1996, 2000, 2003) e Liddell e Metzger (1998). Analisamos um texto, sinalizado por surdo adulto usuário da libras. Sugerimos que o sinalizante mapeia entidades do discurso sobre seu corpo, até mesmo entidades diferentes, dando-lhes visibilidade simultânea na codificação. Criam-se também participantes invisíveis sobre o espaço de sinalização. O corpo pode alternar em representar ora o agente, ora o paciente, sendo tais participantes definidos a partir de critérios como a disposição do corpo e da face do sinalizante.