O adestramento dos corpos pela (bio)política carcerária
políticas públicas de punição em detrimento da integração social dos excluídos
Palavras-chave:
Cárcere feminino goiano. Adestramento. Biopolítica. Punição.Resumo
Nesta pesquisa, a contextualização do tema trata-se das discursividades de enunciados que irrompem na constituição subjetiva das egressas do cárcere feminino do interior goiano. Como objetivos, descrevemos, interpretamos e analisamos enunciados desses sujeitos para compreender o adestramento de seus corpos mediante a biopolítica carcerária. Além disso, perscrutamos as políticas de punição em detrimento da integração social dos excluídos. O trajeto metodológico respalda-se na Análise do Discurso de linha francesa, sobretudo no aporte epistemológico de Foucault (1972; 1979; 2008a; 2008b; 2014; 2019), a respeito de corpo, Courtine (2013), para investigação do recorte de um corpus reunido por intermédio de uma entrevista estruturada, que neste artigo apresenta três questões e suas respectivas respostas. Ademais, mobilizamos um arcabouço teórico de estudos feministas a fim de analisarmos os enunciados dessas mulheres no momento em que estavam encarceradas, tal como supracitado, mediante a autora Butler (2015; 2019). Como resultados, percebemos que os enunciados das mulheres pesquisadas são clivados por discursos do domínio do senso comum a respeito do sistema carcerário feminino, os quais circulam regularmente e revelam a ordem da dizibilidade sobre castigos, suplícios, saberes e poderes disciplinares num dispositivo panóptico que, arquitetonicamente, é produto de uma biopolítica produzida para marginalizar.