Crenças, lendas e mitos das águas: o espaço e o fantástico em “O rio”, de Natércia Campos de Saboya

Resumo

Este artigo objetiva analisar o conto “O rio”, presente no livro Iluminuras, de Natércia Campos de Saboya, à luz do espaço e do fantástico. A partir de condicionantes teóricos que oportunizam reflexões acerca da espacialidade e da fantasticidade em literatura, foi possível traçar bases analíticas que apontam para os alcances e os limites interpretativos dessas categorias na narrativa da escritora cearense. Em seu texto literário, o modus operandi do rio é conduzido por forças misteriosas, folclóricas e míticas, que sinalizam aspectos do contexto social, resgatando valores culturais e identitários de indivíduos textuais e sociais. Consolida-se, sobretudo, uma composição ficcional marcada pela cultura e pela fé dos indivíduos naquilo que não se consegue explicar pelas leis da razão e desvela valores imaginativos.