O inevitável retorno: cultura e memória na construção da personagem Hitler em “Ele está de volta” (2015)

Resumo

No universo da cultura, são forjados valores semióticos atribuídos aos signos. O cinema opera por um duplo processo sobre o real: o écran toma a realidade por base de suas representações e, concomitantemente, denuncia-se como texto cultural, erigido sob recursos artísticos. (LOTMAN, 1978). Esse jogo ambíguo é especialmente abordado em Ele está de volta (2015), que é objeto de estudo deste trabalho, que propõe, com base em reflexões da Semiótica da Cultura, a análise da personagem Adolf Hitler, na narrativa fílmica, e suas interfaces com a realidade e com a construção de memória coletiva. A personagem projeta-se espacial e temporalmente, acumulando camadas de semiotização, esfacelando-se e se reconstituindo por meio de intersecções com os indivíduos na atualidade, de forma a problematizar questões socioculturais.