Imigrantes judeus e italianos: as relações interétnicas e a campanha de nacionalização
Palavras-chave:
Imigrantes, Nacionalização, Estado NovoResumo
Ao longo da campanha de nacionalização, ocorrida no Brasil, nas décadas de 30 e 40 (séc. XX), durante o governo de Getúlio Vargas, evidenciou-se uma busca pela homogeneização da identidade nacional. Esse ideal de uniformização do povo brasileiro intencionava unificar toda a Nação em torno das tradições consideradas demonstrativas da “verdadeira brasilidade” e, principalmente, da obrigatoriedade de falar o idioma nacional, destruindo, assim, as referências culturais dos grupos de imigrantes. Devido à dificuldade de uma rápida assimilação da proposta governamental, a maior parte das regiões imigratórias do Rio Grande do Sul passa a ser apontada como “quistos estrangeiros”, sofrendo os rigores da política nacionalizadora de Vargas. Os imigrantes foram classificados entre “variáveis” de assimilação cultural, sendo apontados desde “bons para a nação” até chegar aos “verdadeiramente inassimiláveis”. Dessa forma, o discurso dos governantes e da imprensa passou a identificar aqueles que, de alguma forma, colaboravam com o projeto de nacionalização (como italianos e judeus) e os que em nada correspondiam às políticas nacionalizadoras (como alemães e, interessantemente, judeus). Este estudo analisa as relações que se desenvolveram entre esses grupos de imigrantes, em especial, judeus e italianos, diante das necessidades de assimilação da cultura brasileira.