Frères Migrants, de Patrick Chamoiseau, e os vaga-lumes na noite mediterrânea
Palavras-chave:
Migração, Patrick Chamoiseau, literatura antilhana, poesia e políticaResumo
Ao alternar escrito poético e manifesto político, Patrick Chamoiseau, no livro Frères Migrants (2017), entrelaça ao discurso metapoético o olhar lançado às conformações político-econômicas da atualidade, chamando atenção à situação dos imigrantes na Europa. Sem perder de vista o constante diálogo com Édouard Glissant, a quem credita uma certa função de mentor poético e parceiro político-filosófico, o autor também apresenta reiteradas menções ao poeta italiano Pier Paolo Pasolini e à célebre imagem dos vaga-lumes. É possível notar também alusões a Aimé Césaire, que, por sua vez, foi um interlocutor poético de Pasolini. Nesse livro proteiforme, tais personagens literários refletem uma escrita poética que busca inscrever-se sob as insígnias do político.