A representação da mulher e da maternidade negra em "Sabina", de Machado de Assis
Palavras-chave:
Mulher negra, Estudos literários, História da literatura, Literatura afro-brasileiraResumo
A contemporaneidade traz epistemologias que visibilizam a discussão em torno de literaturas que foram universalizadas sob um aspecto ideológico, que disseminavam representações centradas em interesses hegemônicos. A mulher negra encontrou, nesse âmbito literário, configurações que assentissem o estereótipo perpetrado pela sociedade patriarcal: ora a mulata hipersensualizada, pronta para o sexo, ora a negra subserviente, mantenedora da eurodescendência. Assim, faz-se necessário vislumbrar obras que, mesmo demasiadamente estudadas, ainda guardam perspectivas que podem ser observadas por saberes como o feminismo voltado para especificidades das mulheres negras. Para tanto, neste artigo, Machado de Assis, universalizado como indiferente às discussões étnico-raciais, é retomado a partir de uma interpretação diametralmente colocada, com aportes teóricos que visibilizam o olhar machadiano direcionado à memória de seu tempo, sobretudo em relação ao feminino negro escravizado.