Leitura da dramaturgia juvenil e o diálogo com as figuras de coração e encontro na peça Fedegunda, de Karen Acioly
Palavras-chave:
Fedegunda, de Karen Acioly. Leitura da dramaturgia. Figuras do discurso amoroso.Resumo
Neste trabalho, tomamos a obra dramática juvenil intitulada Fedegunda (2015), de Karen Acioly, como objeto de estudo para refletir sobre os alcances da dramaturgia, quando pensada como literatura apropriada à leitura, pondo em evidência estudos que preveem a recepção do texto dramatúrgico por meio do texto impresso, como é o caso de Jean-Pierre Ryngaert (1996, 2013), e questionando estudos que afirmam que a dramaturgia não se presta à leitura, e sim deve cumprir com eficiência a encenação, como é o caso de Dario Fo (2011). Quanto ao texto de Acioly, teceremos considerações acerca de sua composição, estrutura e temática, revelando aproximações entre situações e elementos do enredo de Fedegunda e as figuras de coração e encontro estudadas por Roland Barthes em Fragmentos de um discurso amoroso (1981). Dessa maneira, colocamos em evidência a vocação do texto de Acioly para a leitura do texto impresso, além de demonstrarmos que a dramaturgia pode ser estudada e analisada a partir do arcabouço teórico que os demais gêneros dispõem, à medida que a dramaturgia de Acioly exposta em Fedegunda permite tecer relações diversas com Barthes e outros estudiosos.