Desdobramento de autorias
criador(s) e criatura(s) em Fantoches, de Erico Verissimo
Palavras-chave:
Fantoches. Marginalia. Metaficção. IntertextualidadeResumo
A proposta do estudo tem como objetivo apresentar algumas considerações sobre o procedimento de criação dos contos em Fantoches, autoria de Erico Verissimo. Algo ficou por dizer na primeira edição de Fantoches (1936) que é redito na edição de 1972; esse algo diz sobre a gênese do processo criativo que vai além da criação de Fantoches. Nas marginálias, as intervenções manuscritas de Verissimo caracterizam-se como um texto paralelo que, metaficcionalmente, informam o teor crítico–criativo do leitor–autor da própria obra. A reedição incorpora na escrita da marginália o traço singular e revelador de uma escrita potencialmente inventiva. Verissimo relê os contos comentando o processo de composição e estabelecendo relações intertextuais entre as suas obras. Os contos de Fantoches foram colocados “à margem” dos romances; essa desterritorialização da série literária provoca uma nova reterritorialização com os novos estudos voltados para essa produção literária que repercute as vozes silenciadas no que foi considerado sem unidade, mas toma a forma de um mosaico da condição humana.