Ethos, estase e polidez: interações conflituosas no STF acerca da liberdade do ex-presidente Lula
Palavras-chave:
STF, Ethos Virtuoso, modelo dialogal, estase argumentativaResumo
A seara jurídica é demasiadamente instigante para a área da argumentação pelo fato de o raciocínio jurídico ser revisável (DAMASCENO-MORAIS, 2019), sendo o Supremo Tribunal Federal (STF) o órgão máximo de jurisdição do país, responsável por atribuir a decisão final. Por meio do Modelo Dialogal da Argumentação (PLANTIN, 2008; 2018; GRÁCIO, 2010; 2013), analisamos discussões entre ministros do STF no julgamento da anulação da condenação de Lula, em que a temática da corrupção veio à tona, colocando em destaque o ethos / imagem (ARISTÓTELES, 2005) dos ministros, uma vez que destes se espera um ethos virtuoso frente a um tema tão delicado para a sociedade brasileira quanto o da corrupção. Como resultado da análise ora apresentada, constatou-se que a (des)construção do ethos virtuoso promove estase (conflito) nas situações argumentativas entre ministros do Supremo.