As duas faces da mesma moeda: o encontro do Eu com o Outro na graphic novel Batman: a piada mortal, de Alan Moore e Brian Bolland

Resumo

A proposta deste trabalho é discutir o encontro do Eu com o Outro, como uma forma corporificada do espelho que revela uma face oculta da personagem, ou seja, como um tipo de versão antagônica de si mesmo, mas escondida por meio de máscaras ou fantasias, sem revelar o seu verdadeiro “Eu”, escondidos nas zonas abissais da alma. Para tal, analisaremos a graphic novel Batman: a piada mortal, de Alan Moore e Brian Bolland, publicada em 1988, pela DC Comics, que narra a origem do vilão conhecido como Coringa, um comediante falido que concorda em participar de um assalto e acaba desfigurado quando foi impedido por Batman de realizar o crime por Batman. Esse fato faz com que o vilão enlouqueça e assuma a identidade do antagonista do Cavaleiro das Trevas. A insanidade também persegue Batman, que tem origem em um passado marcado pela tragédia e faz com que ele assuma a identidade de um vigilante mascarado contra o crime. A partir de origens marcadas por tragédias, cada um deles luta por seus ideais, a partir de pressuposições diferentes, como se não tivessem escolhas, mas no fundo um reflete o outro. O amparo bibliográfico é oriundo de autores como Ana Maria Mello de Lisboa (2000), Clément Rosset (1976), Daniel Paixão Pequeno, Diego Rodrigues Silva, Alex Moreira Carvalho (2022) e Jean Chevalier e Alain Gheerbrant (2017).