Aos diabos com os quadrinhos: uma leitura filosófica de John Constantine/Hellblazer
Palavras-chave:
Histórias em Quadrinhos, John Constantine (Hellblazer), Hermenêutica (Filosofia), Religião (Cultura)Resumo
O objetivo deste artigo é analisar – em diálogo com a hermenêutica de H-G. Gadamer – a relação entre existência humana e poderes demoníacos, tal como representada na história em quadrinhos (HQ) John Constantine/Hellblazer da DC Comics. Nos dois primeiros volumes da série intitulada “Infernal”, o mago John Constantine representa, por hipótese, profundas narrativas das ambiguidades da existência humana. Nas representações que a HQ produz sobre a religião, valores como solidariedade e esperança, mas, também, mentiras e astúcias, criam um campo de dilemas para lidar com a
finitude da existência e sua transcendência. Se os humanos criam seus mundos religiosos à sua imagem e semelhança, eis o problema: possuem as artimanhas narradas em Hellblazer o protagonismo não somente dos diabos, mas do próprio Constantine como referencial do que significa humano?